A Z-13 é o meu lugar favorito do Rio. Sempre foi. É o nascer do sol mais lindo da cidade. Minha formação como fotógrafo começou em Copacabana, bairro em que nasci e fui criado, saí e voltei. Minhas primeiras fotografias, dos tempos de estudante de Comunicação Social sem grana, dos negativos preto e branco baratos, entre 1989 e 1991, foram nas ruas nem tão amigas de Copacabana e nas areias do Posto 6, onde os pescadores ainda puxavam rede de arrastão e usavam barcos a remo. Trinta e poucos anos depois, a paixão pelo lugar continua. As tecnologias mudam, as câmeras evoluem, mas o ritual milenar de colocar o barco na água pela força humana permanece. Todos os dias. É uma metáfora da vida.
As fotos desta pequena exposição aqui são uma pequena amostra do meu trabalho documental em andamento sobre os pescadores da Z-13 para um livro e um curta-metragem.
André Arruda é fotógrafo, jornalista, editor e curador. É autor do livro 100 Coisas que Cem pessoas Não Vivem Sem. Prêmio ANER de melhor capa de revista nacional em 2016 e Prêmio Brasil Porto Seguro de Fotografia 2017 com o ensaio ”Clóvis”, sobre os Bate-bolas do carnaval carioca.
