“Nesse trabalho eu quis fotografar a Amazônia viva. A Amazônia morta, destruída pelo garimpo e pelo fogo eu não procurei.”

Sebastião Salgado

Uma bela obra de 528 páginas, Amazônia tem desde fotografias aéreas à intimidade dos povos da floresta com seus rituais seculares. Os Yanomani, Zoé, Yawanawa, Korubo são mostrados em suas diferentes culturas, mas que são reunidos em um único termo “indígena”.

O belo trabalho é uma continuidade da magnífica obra “Gênesis” com abordagem atual na floresta amazônica. Sebastião Salgado é sem nenhuma dúvida, o mais importante fotógrafo brasileiro e o mais importante de todo o planeta nas questões do meio ambiente. Ao longo dos anos em suas viagens percebeu o ataque desenfreado do ser humano contra a natureza. Durante sete anos em suas andanças percebeu a urgência de um movimento mundial de preservação dessa enorme biodiversidade e da urgente proteção das comunidades indígenas. Seu trabalho teve de superar muitas dificuldades, como a longa espera para obter a autorização para poder visitar a tribo dos Zoés, que vivem no interior do Pará, isolados do mundo durante décadas por causa de uma gripe transmitidas por missionários americanos, que causou grande mortandade, dizimando quase metade da tribo.

Para Salgado, o governo Bolsonaro conta uma mentira atrás da outra e é predador. Tanto, que se apropria dos territórios indígenas e dos parques nacionais para promover o desmatamento e desenvolver novas extensões agrícolas, destruindo nossas florestas. “Nós temos a responsabilidade com a história e principalmente com os índios. Vamos evitar um genocídio”.