Evandro Teixeira

Difícil Fotografar o Silêncio
Entretanto tentei. Eu conto.
Madrugada, a minha aldeia estava morta.
Não se via ou ouvia um barulho. Ninguém passava entre as casas.
Eu estava saindo de uma festa. Eram quase quatro da manhã.
Ia o silêncio pela rua carregando um bêbado. Preparei minha máquina.
O silêncio era um carregador?
Estava carregando o bêbado. Fotografei esse carregador.
Tive outras visões naquela madrugada. Preparei minha máquina de novo.

Trecho do poema de Manoel de Barros

Alberto Ferreira
Alcyr Cavalcanti
Erno Schneider